O que sei pertence agora à dor do meu canto. Desafinou a rima de um desencanto.
De amarga cor, a vida é só o que se consegue extrair dela. A escolher: do odor suave ao sabor vinagre.
Pobrezinha, a jovem, conhecida pelos medos sutis, contentou-se somente com o que cabia na mão, ora guardado nas gavetas da cômoda frustração. O samba, o som e a dor da canção...
A menina ficou pelo terraço escuro da bagunça com ar de cansaço. Amiudou-se no curto espaço do que poderia ser e não foi. De tão simples, esqueceu-se do quanto era triste ainda. Que nem chamar para dançar sabia...
Com poucos atrativos, o que era de esconder velava na poesia. Silenciava, em palavras anacrônicas, os olhares e os pesares. Analógica, jamais se convenceu que quem importava jamais viu nem sequer se comoveu. Nem na versão modesta, nem na seresta, nem na acústica, nem nesta.
Entardeceu antes mesmo que o sol despontasse atrás de uma montanha de desejos. Ficou brega de tanto que sobrou querer. As flores e os laços só enfeitaram o sorrisinho disfarçado da hora tarde.
Drama de uma nota só; comédia a sós; trama de vários nós, mas nunca um NÓS.
Canto baixinho, franzino, quase mesquinho de tanta timidez.
Tanto artifício só para um personagem?
Seria um desperdício?
Não, talvez sobrasse algo melhor para dizer no final.
Mas não quis terminar o poema, era tarde demais para pensar um refrão menos cliquê...
[A autora querendo poesia à luz do dia...]