Sabe que eu nem me reconheço mais. Depois de algum tempo e poucas horas de Blues aprendi a amadurecer para fora. Dei autonomia para a discordância e abandonei os títulos, as nomenclaturas. Nessa altura da vida nenhuma vertente literária é capaz de salvar o poema do abismo nem consolá-lo da desilusão amorosa. Preferi estabelecer um novo eu e decidi aperfeiçoar minha crítica de mundo. Prestei atenção na experiência de que é conversar.
Deixei a vida passar, critiquei e superei dando um passo além. Talvez outro dia volte dois passos atrás e pense melhor, mas penso... Prefiro assim: não alugar molduras, não fugir das angústias, não esconder a bagunça da casa nem tampouco as indecisões do futuro.
Reconheci minhas inseguranças e nem por isso me diminuí. Vi a caixa de e-mail vazia, escutei a chuva suave pela janela, preparei a mesa do jantar para ninguém e nem me incomodei como antes. Fui mais gente que poeta.
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