1.
No último ato de um final de semana feliz,
numa dessas tardes quentes de verão,
conhecidas por instabilizarem o mais áspero dos corações,
fomos a uma roda de samba, a Vida e Eu.
2.
Ela (como sempre) misteriosa em suas insinuações sutis
repousa meus instintos mais inconsequentes numa sonora paz,
enquanto pacifica minhas dúvidas com afetos e conselhos
entre um gole e outro numa garrafinha de água com gás.
3.
Abre um guardanapo de memórias e promessas distantes
e me aponta uma dádiva em cada ponto de esperança dissipada.
Com o tempo as duras pedras alicerçam as inconstantes quedas
quando a gente brinca com a cara espatifada no pó da estrada.
4.
Dançamos de mãos dadas alguns passos erráticos e torpes.
Embriagadas de uma bebida forte e doce, na mesa de um bar
qualquer.
E, de forma decisiva, fizemos de um brinde um pacto de vida.
A Vida e Eu...
Vamos seguir sem medo!
2 comentários:
Cheguei aqui por acaso. Você deve saber por que...
Duas surpresas agradáveis: o nome de Dylan citado e o fato de você ser de Uberlândia.
Li algumas coisas e gostei muito. Parabéns!
Obrigada pela visita, professor Anselmo. Como um homem dedicado à filosofia, imagino que deve gostar também das inquietações que a poesia nos desperta.
Dylan e ela (a poesia!) me aliviam do peso da existência já há algum tempo. Tenho a impressão pessoal de que um verso do Drummond ou uma canção do Dylan podem, às vezes, trazer mais bem-estar do que alguns dos antibióticos que eu habitualmente prescrevo...
Seja bem-vindo! Volte sempre que quiser...
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