O ano começou com uma folga
triste e melancólica. Elaborei iniciativas para romper com o desamparo, mas
recuei diante das filas intermináveis nos cafés e cinemas nessa época de férias escolares.
Ontem, passei mais de uma hora na
livraria procurando solitariamente encontrar você em poemas e contos de amor. As
florestas da Austrália se consumindo em chamas e o meu peito como broto verde
ardendo em saudades do que a gente não viveu, como se as luzes do Natal ainda
continuassem acesas cintilando desejos incandescentes dentro de mim. O mundo em
pânico com receio de uma nova guerra e eu imaginando como solucionar nossos
desencontros, como te enlaçar nos meus braços, como desarmar nossos medos, como
desatar nossos nós, como encurtar a distância geográfica entre as nossas
bocas, como aproximar o continente dos nossos sentimentos, como apaziguar
nossas dúvidas e como selar um tratado de paz com essa imensa falta que você me
faz.
O final de semana passou como uma
piscadela juvenil. Muito provavelmente você nem irá ler esses escritos desmanchados
de amor. Deve, penso eu, estar terminando o domingo num desses sofisticados cafés
da cidade lotados de gente com um sorriso leve no rosto, enquanto eu estou aqui pensando se ainda vale a pena tirar o pijama antes que o
dia acabe.
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