O ar desce pesado até os pulmões.
Tua respiração fica suspirosa e difícil.
Tuas costas doem,
mas não há posição que melhore
a angústia que é o simples ato de respirar.
A tosse parece rasgar do teu peito
a esperança que te resta.
Recomendaram usar um aparelho no dedo
que mede a taxa de oxigenação do teu sangue
e um termômetro digital para o caso de febre.
Nenhum deles, todavia, deu conta de estimar,
no teu corpo exausto,
o desejo de sobreviver.
Depois que tudo isso passar
(ou durante mesmo dentro do que for possível)
lembre-se de cumprir com o prometido:
beijos mais longos,
risos mais largos,
conversas mais francas,
mais corpo nos teus motivos,
mais intimidade nos teus encontros,
mais honestidade com o que te causa,
mais sinceridade com teu tesão,
mais leveza nas tuas dores,
mais espontaneidade nas tuas alegrias.
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