A maioria das doenças nasce da palavra.
Ou melhor, da ausência dela dita na hora certa.
Mesmo inapropriada, diga.
Até no superlativo, diga.
Pronuncie agora em alto e bom tom um palavrão.
O silêncio dói mais que faca penetrando no peito.
Está escrito: nível A de comprovação.
A vivência ensina que a bactéria mais nociva
pode vir acompanhada da palavra “querida”.
Palavra que não saí é raiva que calcifica.
Se não sai é tarefa sua acertar depois as contas
com a litíase e a prisão de ventre.
Nem adianta ter plano de saúde.
Um dia a conta vem.
Quanto mais visceral, mais imune se é.
Cólica por cólica, prefiro a dor do parto.
Dessa consciência que o poema me traz.
[A autora pensando como o poema consegue ser o melhor Tratado de Medicina Interna que a humanidade já inventou]
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