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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Sobre setembros


O tempo tem uma espécie de soberania incontestável.
Em sua genética incalculável e natureza indomável,
age desafiando os ensimesmados herméticos
a contestar a própria previsibilidade matemática.

Sua tarefa existencial é ensinar que o ponteiro da balança
não acusa o peso que se carrega na alma
mesmo quando se paga caro por excesso de bagagem
ou se cansa da longa estrada no meio da travessia.

O tempo dita as regras que você segue sem perceber...
Fala alto, grita com você!
Seja com olhos marejados
ou com um sorriso no canto dos lábios,
esfrega verdades na sua cara.
Depois, te liga perguntando à quais constatações você chegou.

Cada dia uma menina tornada adulta.
Barco navegante ao léu, bússola no breu.
Desatino, destino solitário em que sentido for.
Terra firme à vista por tempo provisório, analógico corretor.
Réu pedindo indulto, cobertor.
Tiro que erra o alvo, por um triz.
Rosa de amor, saliente cicatriz.

A partir de hoje, se o tempo quiser me enganar,
vai ter que me encarar de frente
olhando no fundo dos meus olhos...


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