Quanta gente morre todo dia soterrada por uma avalanche de pragmatismo, asfixiada num vazio sem encaixe, num silêncio infértil, numa dor sem transcendência.
Em tantas delas a chuva caí e escorre impermeável, o vento bate sem envergar ou refrescar.
Vivem como se o mundo fosse trincado por dentro de cima para baixo.
Não dão um passo sequer com o cadarço solto, nem um mísero soluço quando sentem medo.
Morrem com a coluna arqueada, as coronárias entupidas ou por morte natural, sem compreender, no entanto, que a vida é um dom que se concede aos que subtraem da felicidade o detalhe que a maioria não repara enquanto vive.
Nenhum comentário:
Postar um comentário