Tenho em mim a saudade mais forte do perímetro urbano.
Temo não caber nesse frágil coração um sorriso largo,
que combine com a amplitude do teu peito destemido nas ladeiras
do mundo.
Continuo temendo os passos em falso, o revolto mar, a sutura
sem anestesia,
a instabilidade do solo, a economia das algibeiras, a
insônia sem companhia,
os estilhaços dos vitrais, as frases sem
concordância, as almas sem discordância.
Mas um dia ainda hei de agradecer por cada rima tímida
escondida nas gavetas,
pela saliva cicatrizante de teus lábios, o unguento com cheiro hortelã de tua pele,
o silêncio do teu caos, o clarão do teu breu, as luzes enluaradas do teu céu.
Por acenderes a lareira dos sonhos e desviares a rota geométrica das certezas
até eu encontrar novo rumo, no centro de mim, desaprumo.
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