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sábado, 18 de dezembro de 2010

Lá do mar, lado teu

Vejo sedutor o amor chamar
Parece lindo o poema á beira mar
A alma reclama aquela inspiração
Sem saber se depois da entrega vem sossego ou sofreguidão.

Imagino a tarde com a cor que seus olhos roubaram do mar
E pinto minha timidez com a intensidade de matar a sede
Que faz esse estado insensato
De boca seca, de pernas bambas
De pele fria, pulso arrítmico e falta de ar

Guardo o lirismo em fase de ebulição
À revelia da razão
Á flor da pele, a poética contradição
De todos os poetas, a perdição
No fino limbo do desejo, a espera de salvação
Feito dor e contentamento em consumição

Custam as cartas para chegar
Até o verso se revirar em reverso para declarar
Ao destinatário [que ainda demora uma eternidade para entender]
Quantos riscos eu arrisquei correr

Escuta, ó formoso sol
Afasta de mim esse medo que o mar me trás
Pois sei que um dia, se ele voltar a me levar, vou tranqüila
Pois deixo em terra firme meu coração contigo

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