Por um acaso qualquer pensei mais em ti nas últimas semanas. Das provas, a do teu olhar é a que me ocupou mais. Eram tantas as doses de mistério que eu até me esqueci de decorar e acabei me atrapalhando nas armadilhas das palavras. Fiquei perdida entre os livros de um conhecimento que não foi feito para ser tácito. É que as suas intenções ainda merecem muito mais horas de estudo e dedicação e eu nunca fui muito boa nessas habilidades.
Repare só no meu tom de voz. Nas olheiras, nas dívidas, nas anotações pela metade, na bagunça do meu quarto também. Repare nos dias, no fim de dezembro, nas luzes se acendendo nos alpendres das casas, nos pisca-pisca das janelas dos apartamentos e na insistente esperança que ainda aconteça o novo em meio a tantas decepções desse monótono ano.
Mas quem sabe você ainda prove o velho all-star e eu me encante por Platão. Quem sabe eu te dê um poema de presente e receba, em troca, uma nota do tipo "aprovada com louvor" e ganhe até uma estrelinha no meu caderno. E se nos encontrássemos no recreio e dividíssemos o mesmo todinho? Se matássemos todas as aulas que não nos ensinarem a resolver os nossos desencontros, você me daria a mão?
Talvez você até tivesse razão de me acusar de falta de tempo.
Talvez eu tivesse sim coragem para dizer: “Vem que eu posso te fazer bem”.
Só peço que não me venha aparecer em sonho porque senão eu perco o sono e as noites ficam longas demais. Estou cansada de tomar prejuízo todas as manhãs pela cara de insônia e a pouca disposição para começar a viver.
[A autora prestes a se despedir do novo letivo no vermelho. Ah, essas racionalidades financeiras e afetivas! Ainda muito mais complexas que as temíveis provas de MI (risos meio melancólicos!!!)...]
Um comentário:
você é minha preferida.
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