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domingo, 8 de maio de 2011

A mãe do dia

  
  Infância

Ampara-me com o teu olhar
para que eu retome a graça
de ser criança outra vez.
Quero voltar ao teu colo,
onde o mundo parecia ser sempre mais seguro.
Dá-me do teu afeto desprendido
para que eu descubra o dom
de tornar as pessoas mais livres.
Olha-me com tua suave calma
para que eu esqueça
os desconcertos dos meus dias.
Deposita tuas marcas
sobre a minha ciência adulta,
com o intuito de que eu volte
a balbuciar pequenas alegrias.
Que seja eterna essa tua materna forma
de pousar as mãos sobre os meus cabelos
e depois dizer repetidas vezes
as mesmas histórias.
Que tua voz doce e teu abraço acolhedor
me façam esquecer o barulho das portas que se fecham.
Que tua serena face encontre esse meu rosto
tão aflito por tão pouco.
E depois, diante do fascínio da tua presença,
recolha-me no silêncio do teu útero,
para que eu possa nascer de novo
e, finalmente, retornar à alegria
do amor sem palavras.

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