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domingo, 1 de maio de 2011

Moldura

Você ainda dormia profundamente
quando eu decidi traçar nossos destinos.
Peguei uma caneta de azul desatino
e liguei delicadamente
os pontos sardentos das suas costas.
Entre uma linha e outra,
tatuava hieroglifos no seu corpo
povoando seus sonhos
como você fazia cócegas nos meus.
Era uma espécie de vingança sádica.
Um polígono de muitos lados
que coubesse só você e eu.

[A autora em um momento de inspiração súbita no começo de tarde enquanto tentava estudar para a Prova de Neurologia. É grave, doutor?]

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