Tweet

sábado, 10 de setembro de 2011

Orfandade

Numa tarde de destinos quentes,
na clareira aberta pela insônia costumeira,
parei no centro de mim sem rumo.
Entre suores e calafrios alternados,
entre o vão do certo e o abismo do inesperado,
decidi pôr fim aos intermináveis porquês.
Quis chamar as coisas simplesmente de coisas
sem enumerá-las, classificá-las, semantizá-las...


À margem de seus próprios castelos imaginários,
a Razão perdeu sua condição de gélida senhora
e se fez Menina simples de flor e fita no cabelo.
Com semblante cansado repleto de susto e medo,
adormeceu silenciosamente farta de si.
Inconsolável.
Sem que ninguém decifrasse
as entrelinhas da orfandade.
Seu humilde e sonoro pedido de adoção.

Um comentário:

Maria Cristina disse...

patricia vc é incrível! como escreve bem!!