Cobrando da Cardiologia uma explicação plausível para os sobressaltos agudos do miocárdio.
Pedindo a Deus um antiácido que cure refluxo e o desassossego próprio dos fins de tarde.
Deixando um espaço privilegiado na bagagem que carrego para as histórias que as cicatrizes dos meus joelhos contam.
Admirando a nudez que é assumir os próprios erros.
Caminhando devagar para que as manhãs durem mais.
Selando um acordo de paz com o travesseiro e reclamando menos da insônia.
Escolhendo fazer o certo, mesmo que dê mais trabalho.
Fazendo sala para o amor e servindo café da manhã para as esperanças.
Firmando metas de não cumprir tantas metas assim.
Entrando no jogo para ganhar, mesmo quando perder for inevitável.
Colorindo as paredes do meu quarto com os desabafos calados do último ano.
Tendo mais compromissos com o coração do que com a agenda.
Marcando um encontro romântico com o imprevisível.
Assumindo os riscos que realmente compensam.
Enfeitando os dias e esquecendo os porquês além da alegria.
Conformando com o fato de sempre perder as havaianas pela casa.
Frequentando a rua dos desiludidos, as quebradas da tristeza e o submundo da poesia.
Aconchegando-me nos braços dos abraços que me fazem bem.
Caro(a) leitor(a), que 2014 seja bem-vindo e traga recompensa
para os corações perdidos. O único crime consentido seja o de matar alguém de
saudade e a maior falta de respeito seja dizer “eu te amo” de boca cheia...